Quando tudo é nada



São tantas as pessoas que entram na nossa vida. Partilhamos momentos, quer sejam de felicidade ou de tristeza; partilhamos aspetos do nosso dia-a-dia, como assuntos de trabalho ou até mesmo familiares; partilhamos o que sentimos e o que pensamos. Acreditamos que encontrámos, pelo menos, uma amizade para a vida.

Até que tudo acontece e essas pessoas vão embora. Ou simplesmente não acontece nada e foi exatamente esse o problema: a causa de terem decidido ir embora. Ou aconteceu, por mero acaso, que se tenha perdido o contato e cada um foi para seu lado, seguindo sonhos; conquistando o mundo. Apenas vivendo.



Quando nos apercebemos que essas pessoas foram embora - aquelas que chamávamos de «amigos» -, somos invadidos por uma nostalgia inquieta. Afinal, não conhecíamos estas pessoas assim tão bem; não havia realmente uma amizade. Tudo significava nada.

As amizades verdadeiras são aquelas que, mesmo a um oceano de distância, perduram. Não há nenhuma sensação de abandono; não existe vergonha ou medo de dizer seja o que for; não nos esquecemos das datas importantes e estamos lá para os momentos mais marcantes; não se desaparece como se nunca tivessem existido.



Pergunto-me como estas pessoas conseguem viver sabendo que há alguém, com quem partilharam tudo, que continua à espera. À espera de um telefonema sem aviso; de uma mensagem como se nada tivesse acontecido. À espera de uma certeza de que esta «amizade» foi realmente uma Amizade.

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